sábado, 24 de março de 2018

QUADRINHOS ANOS 70

Nos anos 1970 as revistas de quadrinhos eram grandes, do tamanho de revistas "normais" - menos o Pato Donald, que era pequeno e da editora Abril, minoritária no segmento HQ. Alguns momentos e títulos inesquecíveis da vida em quadrinhos nos primeiros anos 70:

TÍTULOS VETERANOS QUE AINDA CIRCULAVAM: MIRIM E GLOBO JUVENIL, DA RIO GRÁFICA - SUPERMAN, TARZAN, O HERÓI E REIS DO FAROESTE, DA EBAL. PATO DONALD, DA ABRIL. NO FINAL DO ANO, TODAS PUBLICAVAM AS ESPERADÍSSIMAS ESPECIAIS DE NATAL OU ALMANAQUES.

JUDOKA

Criado no Brasil em 1968 pela editora Ebal - líder no segmento HQ na época - para substituir o personagem Judô-Master, da Charlton Comics, que deixara de ser produzido nos EUA, esse herói nativo sobreviveu até 1973. Juarez Odilon, Cláudio de Almeida, Floriano Hermeto de Almeida Filho ( que assinava FHAF), Francisco Sampaio, Fernando Ikoma e Alberto Silva eram os desenhistas. Em 1972 o Judoka virou filme, estrelado por Pedrinho Aguinaga, " o homem mais bonito do Brasil", e Elizângela, o sonho de todos os meninos pós-púberes.


ALGUNS LANÇAMENTOS

Revista Patota, de São Paulo.
Editado por Álvaro Pacheco, foi a primeira revista em quadrinhos com o melhor das tiras internacionais, como Peanuts, Hagar, etc.


A revista Tex, da Editora Vecchi, com quadrinhos na linha faroeste, lançada em 1971.


Revista Mandrake,da Saber. O personagem de Lee Falk data de 1924, mas estréia aqui, com seu hipnotismo, sua eterna noiva Narda e seu assistente Lothar, em 1972.


Também nesta época a editora Saber relançou o Fantasma, o primeiro dos justiceiros mascarados, criado pelo mesmo autor. Mais tarde também teve o Álbum de figurinhas do Fantasma.


Gibi Semanal da Rio Gráfica, reunindo personagens variados, como Popeye, Brucutu, Tarzan, Spirit, Recruta Zero, Lucky Luke, Dick Tracy, Sir Tereré, O Mestre, Flash Gordon, é lançado em 1974.


Em 1974 a Ebal lança diversas edições de luxo, de capa dura, com álbuns de Flash Gordon, Tarzan, Jim das Selvas, Mandrake e Príncipe Valente.

Acervo particular do Pedro

A Turma da Mônica

Em 1959, o então repórter policial Mauricio de Sousa, do jornal paulistano Folha da Manhã, criou uma série de tiras em quadrinhos com um cãozinho e seu dono - Bidu e Franjinha. Era o Começo de uma transformação profissional que o lavaria a criar, nos anos seguintes, os personagens (quase todos baseados na própria família) da Turma da Mônica: Cebolinha (1960), Cascão (1961), Mônica (1963). Em 1970, as tiras de jornal transforma-se afinal em revistas, com uma tiragem de duzentos mil exemplares. Foi seguida, dois anos depois, pela revista Cebolinha e, nos anos seguintes, pelas publicações do Chico Bento, Cascão, Magali, Pelezinho e outras.

Acervo particular do Pedro

PERSONAGENS CRIADOS NOS PRIMEIROS ANOS 70

Hagar, o Horrível
O Viking Trapalhão de Dick Browne

Corto Maltese, o aventureiro sexy de Hugo Pratt

O fofo casal gordinho da Série Amar É... de Kim Casali

Conan, O Bárbaro e Red Sonja, criado pelo escritor Robert E. Howard nos anos 30 como personagem de uma série de folhetins fantásticos, o bombadíssimo e soturno Conan, guerreiro da tribo dos Cimerianos estréia nos quadrinhos em 1970, desenhado por Barry Windsor-Smith e roteirizado por Ray Thomas, para a Marvel.

Acervo particular do Pedro

Em 1973 ele ganha uma contrapartida feminina à altura: Red Sonja, guerreira em trajes sumários, igualmente decidida e muscularmente bem-dotada. Logo depois, em sintonia com a era da libertação feminina, Red Sonja ganha sua própria narrativa em quadrinhos.

TERRO E TERRIR

Desde o final dos anos 60 o subgênero terror em quadrinhos fazia enorme sucesso, com títulos como O estranho mundo de Zé do Caixão, Sexta-Feira 13, Lobisomen, Múmia e Histórias Caipiras de Assombração. Nessa fase surge nossa principal personagem de terror made in Brazil, a vampira Mirza, criação de Eugênio Colonnese. Sua revista durou apenas dez edições, mas foi republicada nos anos 70.

Acervo particular do Pedro

O sucesso era tanto, na verdade, que atraiu a atenção da censura: a partir de 1972, as revistas de terror em quadrinhos entram para o triste submundo da censura prévia.

Com o terror censurado, o "terrir" começa a ganhar popularidade com títulos como Gasparzinho e Brasinha, de Alfred Harvey; Satanésio, de Ruy Perotti; e Penadinho, de Maurício de Sousa.


Um dos personagens mais célebres do terror HQ nasceu em 1971, graças à imaginação de Forrest ackerman, um verdadeiro homem renascentista multitarefa (produtor, editor, colecionador e escritor de ficção científica, criador da famosa revista americana Famous Monsters of Filmland): Vampirella, a gostossíssima e tenaz vampira do planeta Drakulon.


Meio Drácula, meio Barbarella, Vampirella foi detalhada pelo traço voluptuoso de Frank Frazetta, um dos expoentes dos comix dos anos 70. Sensual demais para o Brasil dos militares, Vampirella só viu as páginas locais em 1976.


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